segunda-feira, 13 de junho de 2011

OPINIÃO – Nem tudo são flores

Horas bolas, se exercer a comunicação social é tão simples ao ponto de se tirar a obrigatoriedade do diploma de jornalismo, por que as instituições de ensino ainda mantém um pesado sistema de avaliação, afinal, se é para “avacalhar” faça direito sêo MEC, exija das faculdades públicas menos comprometimento e das privadas reajuste nas mensalidades, nada mais justo. Creio que isso seria um bom começo para tornar o ensino superior uma instituição falida, como já acontece com grande parte das escolas públicas brasileiras.
Recentemente fui questionado por um individuo se ele poderia concorrer comigo a uma vaga de jornalismo mesmo não tendo formação na área. Minha resposta foi que sim, afinal, escrever é um dos quesitos básicos pra se viver em sociedade e a comunicação é tão ampla que seria egoísmo dizer que só alguns estão aptos a usá-la.
Porém, uma coisa deve ser levada em conta, imagine uma situação hipotética onde existe uma vaga para Jornalismo e dois concorrentes, um deles com formação e o outro sem, e derrepente no meio da entrevista surge a seguinte pergunta:
Quem de vocês sabe fazer um lead, release, editar uma matéria, montar uma pauta, gravar um off, sonora, diagramar, bater um branco, fazer um script, um boletim, uma escalada, passagem? Na sua opinião, qual dos dois candidatos vai saber responder a essa pergunta?
É, não é fácil não, se um dos concorrentes ficar em dúvida na hora de responder, hummm, segundo meus colegas boêmios, sei não heim, talvez não seja uma boa, tirar a vaga do jornalista.
E a teoria onde fica?  Sempre ouvi dizer que o jornalista é um contador de história, e seria justo que ele não conhecesse a sua.
Exercer a profissão que durante a ditadura era alvo de ameaças e repressões, e que matou nomes como Vladimir Herzog, 1975, além de deixar sequelas em muitas outras vitimadas pelas monstruosas sessões de tortura, parece não ser importante para alguns, no entanto foram decisivas para mudar o rumo da história do país, dados que só sabem aqueles que tiveram na faculdade disciplinas como História da Comunicação.

Vale ressaltar que não adianta querer tampar o sol com peneira, e exigir no fim da faculdade produtos jornalísticos com qualidade sem dar suporte aos alunos. Na minha opinião isso não é nem de longe tentar criar um portfólio para o mercado, mas sim chamá-lo descaradamente de idiota, através de produção criadas as pressas para atender os prazos determinados pelos professores. Bom, se serve de consolo toma um prêmio.

Por fim, deixou claro que não defendo a posição da academia atualmente e ainda digo que alguns dos seus métodos de ensino são ultrapassados para uma sociedade em constante mudança. A teoria deve ser uma extensão da pratica, caso contrario continuaram formando profissionais desqualificados para o mercado e consequentemente para disputar uma vaga.

Até a próxima.

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